Leonardo Melo de Mendonça

A experiência acadêmica internacional: desde o edital ao retorno para o lar

Meu nome é Leonardo Melo de Mendonça, estudante da primeira turma (2014) de Engenharia Ambiental e Energias Renováveis da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), campus Capanema, e os parágrafos seguintes descrevem, de maneira sucinta, como é experimentar um intercâmbio acadêmico. Que fique claro, de antemão, que descrição alguma poderá exprimir a magnitude total do conjunto de conhecimentos profissionais e pessoais adquiridos.

O que você pretende fazer, ou pretendia fazer, com 22 anos de idade? Eu, estudante universitário de uma instituição do interior do Pará, trabalhador informal, com morada familiar, jamais poderia imaginar que em tão pouco tempo minha vida e planos mudariam com uma oportunidade única.

Quando soube da abertura do Edital de seleção para o programa de Bolsas Ibero Americanas 2017, do Santander Universidades, vi a possibilidade de realizar um sonho. Realizei a inscrição dia 11 de junho de 2017. E, no dia 14 de junho de 2017, tive a felicidade (e surpresa imensa) de ser contemplado com a bolsa e toda a responsabilidade de representar a minha Instituição Brasileira de Ensino, a UFRA.

Quando você toma conhecimento e assimila os fatos, uma conjuntura de medidas precisa ser tomada por conta própria. Termos de adesão, de compromisso, resoluções, escolha da universidade de destino, documento de visto de viagem, passagem aérea, e estadia são alguns exemplos. Seu senso de objetivo é posto à prova. E isso é muito engrandecedor.

Devido ao acordo de cooperação firmado entre a UFRA e a Universidade do Porto (UP), em Portugal, escolhi esta como morada por 169 dias (desde 5 de setembro de 2018 a 20 de fevereiro de 2019). Fui muito bem recebido, devido à grande tradição internacional da UP, que é reconhecida mundialmente. A interação intercultural é muito presente nas dependências da UP. Conheci pessoas de vários lugares do mundo, e do Brasil também.

Lá na Universidade de destino, o curso equivalente chama-se Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente, onde participei de 5 disciplinas acadêmicas.

As pesquisas realizadas no Polo Universitário de Engenharia são fascinantes, com metodologias, estrutura e tecnologias excelentes. As disciplinas foram bem equivalentes, com assuntos de fácil interpretação, aplicáveis no Brasil, e com intensidade acima do nível que já havia experimentado. As aulas em inglês na disciplina de Energias Renováveis foram um desafio, mas encarei de frente.

As atividades realizadas na Universidade do Porto foram bem dinâmicas. Aprendi muito, e isto me motivou a despertar um interesse maior pelo gerenciamento de recurso hídricos e costeiros, que é o viés da minha monografia.

Viver no Porto é interessante pelas características cultural e turística da cidade. Embora pequena, proporciona uma experiência nova na arquitetura da cidade, nos transportes, entre outros, enfim, no estilo de vida de um modo geral, dinâmico e prático. A mobilidade é muito mais fácil, incluindo para outros locais da União Europeia, o que me fez ter a oportunidade de conhecer culturas mais distantes da que tive origem, e isso foi muito gratificante.

O clima foi um quesito impactante, pois o costume de viver na linha do equador do planeta Terra e mudar de repente pôs minha capacidade de resiliência à prova. De maneira geral, foi um grande aprendizado, de muitas e excelentes recordações e lições.

O tempo passou rápido, e logo me vi em meio a despedidas. Me dei conta que além de estar voltando para minha casa, já estava em casa. Redundante, não é? Mas a sensação é real. Hoje, ao escrever este relato, três meses após o retorno ao lar, agradeço imensamente ao Banco Santander pelo subsídio financeiro e à UFRA por disponibilizar oportunidades destas em que fui contemplado, e por preparar acadêmicos com excelência, para enfrentar tudo aquilo que a vida proporciona, seja profissional ou pessoalmente. Com toda certeza, a minha vida mudou e para melhor.